"NÓS NÃO SOMOS VÍTIMAS, VÍTIMAS SÃO OS NOSSOS FILHOS. NÓS SOMOS SOBREVIVENTES"
SOBRE O PROJETO
A reportagem multimídia "'Sou a voz do meu filho': o luto e a luta das mães de vítimas da violência policial" é um projeto de conclusão do curso de jornalismo da Universidade de São Paulo (USP), apurado entre março e novembro de 2020 e apresentado em dezembro do mesmo ano.
A história de construção deste projeto começa em 2016, quando, ao entrar na faculdade de jornalismo, fui criando um carinho especial por consumir e produzir conteúdos em direitos humanos, em particular sobre questões de gênero, justiça social, educação, cultura e segurança pública.
Ao longo dos meus quase cinco anos na Escola de Comunicações e Artes da USP, mergulhei nesse universo, através de aulas eletivas, trabalhos acadêmicos, estágios, projetos de extensão universitária, leitura de reportagens e contatos com colegas; coletando informações e aprofundando minha formação. Descobri que esse era o tipo de jornalismo que eu queria fazer no futuro.
Quando chegou a hora de decidir pelo meu projeto de TCC, escolhi unir meu interesse em jornalismo de direitos humanos, questões de gênero e segurança pública com outra paixão que descobri na universidade: o jornalismo digital multimídia. Soube rapidamente que iria fazer um site para apresentar como Trabalho de Conclusão de Curso, e que a reportagem envolveria algum desses assuntos que tanto me encantam discutir.
A escolha pelo tema específico, o registro de histórias de mães que perderam seus filhos para a violência policial, começou em uma conversa com a minha orientadora, a Prof.ª Dr.ª Elizabeth Saad Corrêa, em fevereiro de 2020. Cheguei até ela com uma série de pautas entre as quais decidir: naquele tempo, ainda não tinha certeza qual delas funcionaria melhor como uma reportagem multimídia. Uma das minhas propostas iniciais era a de conversar com mães que haviam perdido seus filhos para a violência urbana, ideia ainda muito ampla e sem direcionamento. Naquele primeiro encontro, Beth provocou a minha reflexão acerca de algumas questões: exatamente ao que eu me referia quando falava em violência urbana? O que seria essa perda? Estava falando em mortes, especificamente, uma vez que esse não é o único tipo de perda possível quando discutimos violência? Optamos, juntas, por seguir com esse tema, mas seria preciso recortá-lo para que tivesse mais foco.
Optei por focar na temática da violência policial por dois motivos principais. Primeiro, pela admiração que eu já tinha, apesar do conhecimento ainda pouco aprofundado, pelas mães que iam do luto à luta, clamando por justiça para seus filhos e buscando mudar a engrenagem de morte presente no Estado brasileiro. Segundo, por uma inquietação e indignação com o assassinato diário de jovens, em geral pretos e periféricos, nesse país; muitos deles pelas mãos da polícia, justamente a entidade que deveria nos proteger.
É preciso dizer que eu levo uma vida “boa”: apesar de não ter luxos, cresci em uma casa confortável, em uma região tranquila da cidade de Itatiba, no interior de São Paulo, e sempre tive acesso a uma educação e saúde de qualidade. Ainda que minha mãe seja uma mulher negra, eu tenho a pele bem mais clara e sou socialmente branca. Tenho plena consciência de que as chances de a polícia entrar no meu bairro atirando, me confundir com um bandido ou bater na porta da minha casa para conduzir uma investigação sem autorização são mínimas, se não nulas. Eu provavelmente nunca serei um desses jovens. Minha mãe possivelmente nunca será uma das mães que são o centro desse projeto. Mas todos os dias, várias mulheres sentem na pele o que é ver seu filho morto, levado embora pelo Estado, e precisam aprender a sobreviver a uma realidade terrível, que vai contra toda a ordem natural da vida. Cada uma delas tem uma história, e deve ser ouvida.
Assim, enxerguei nesse Trabalho de Conclusão de Curso uma oportunidade de usar a minha posição de jovem jornalista, ainda não atada a obrigações editoriais ou mercadológicas para, reconhecido meu lugar de privilégio, ecoar vozes e lutas que, muitas vezes, podem ser silenciadas ou propositalmente apagadas. Entendi, também, que a escolha por esse tema seria um aprendizado gigante em escuta atenta e em como usar o jornalismo para dar voz a quem mais precisa ser ouvido, além de uma chance para que eu pudesse cultivar, cada vez mais, a empatia pelo próximo.
Espero, por fim, que esse projeto possa honrar as trajetórias e a força de cada uma das mães que aceitou compartilhar sua história comigo, e, ao ecoar suas vozes, lançar luz também às lutas de todas as outras mães que tiveram seus filhos arrancados pelo braço armado do Estado.
Tem uma sugestão, dúvida ou quer deixar um comentário? Entre em contato comigo pelo meu e-mail, victoria.rmartins19@gmail.com.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
No total, mais de 18 horas de entrevistas, transcritas em 297 páginas do Documentos Google, foram colhidas para a produção deste projeto. Além destas conversas que fiz com mães que perderam seus filhos para a violência policial e com especialistas no assunto, eu também acessei fontes bibliográficas diversas, de teses e pesquisas a reportagens e documentários, para que pudesse construir uma base teórica sólida sobre violência policial, luto materno e a luta das mães por justiça e contra as violações do Estado brasileiro. São elas:
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VELASCO, Clara; GRANDIN, Felipe; CAESAR, Gabriela; REIS, Thiago. Nº de pessoas mortas pela polícia cresce no Brasil no 1º semestre em plena pandemia; assassinatos de policiais também sobem. Monitor da Violência. 03 set. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2020/09/03/no-de-pessoas-mortas-pela-policia-cresce-no-brasil-no-1o-semestre-em-plena-pandemia-assassinatos-de-policiais-tambem-sobem.ghtml.
VELASCO, Clara; GRANDIN, Felipe; REIS, Thiago. Número de pessoas mortas pela polícia cresce no Brasil em 2019; assassinatos de policiais caem pela metade. Monitor da Violência. 16 abr. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2020/04/16/numero-de-pessoas-mortas-pela-policia-cresce-no-brasil-em-2019-assassinatos-de-policiais-caem-pela-metade.ghtml.
VIANNA, Adriana; FARIAS, Juliana. A guerra das mães: dor e política em situações de violência institucional. Cad. Pagu, Campinas, n. 37, p. 79–116, dez. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332011000200004&lng=pt&tlng=pt.
VILELA, Pedro Rafael. Desmilitarizar a PM não é desarmá-la, explicam especialistas. Brasil de Fato. 12 de fev. 2017. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2017/02/18/desmilitarizar-a-pm-nao-e-desarma-la-explicam-especialistas.
ZILDA Maria, mãe de uma das vítimas da chacina em Osasco e Barueri. Revista Vaidapé. 21 ago. 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=V522bWkGZGk&ab_channel=RevistaVaidape.
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo, e como não poderia deixar de ser, agradeço a cada uma das mães que aceitou compartilhar sua história comigo, e sem as quais esse projeto não existiria. São elas: Márcia Jacintho, mãe do Hanry; Maria José de Lima Silva, mãe do Rodrigo; Maria Medina Ribeiro, mãe do Luan; Luciene Silva, mãe do Raphael; Rossana Martins, mãe do Douglas; Solange de Oliveira; mãe do Victor; Zilda de Paula, mãe do Fernando e uma mãe que optou por não ser identificada.
À minha mãe, Ilza, agradeço por sempre ser minha primeira leitora, fiel revisora e maior apoiadora, e ao meu pai, Anisio, agradeço por me fazer rir, me lembrar de descansar quando tudo parece estar dando errado e por todo carinho e palavras de incentivo. Eu não seria ninguém sem vocês ao meu lado.
Às queridas Beatriz, Carolina, Taís, Camilla, Ingrid e Giovanna, as Migas, por me acolherem, fofocarem comigo, me darem uma casa em São Paulo e fazerem meus anos de faculdade muito melhores; à Jessica, por ouvir todos os meus surtos e inseguranças com o TCC e sonhar comigo; e a todos os outros amigos e familiares que me acompanharam nessa jornada e, direta ou indiretamente, contribuíram para a criação deste projeto.
À minha orientadora, Elizabeth Saad, por aceitar embarcar comigo nesse projeto e pelas valiosas contribuições; e à Isabel, por se dispor a revisar minha reportagem e pelas dicas preciosas. Também agradeço a todos os demais entrevistados, por cada esclarecimento e colocação e por aceitarem participar desse projeto.
Por fim, à Escola de Comunicações e Artes, agradeço por todas as oportunidades. Aqui, pude aprender e realizar sonhos.